APELO

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Um texto de Klaas Kleber


SEMANA DOS PALHAÇOS EM ÉVORA

A segunda edição da Semana dos Palhaços, realizada pela companhia PIM TEATRO, na cidade de Évora, remonta aquele período medieval e renascentista, quando histriões do teatro cômico popular percorriam aldeias e cidades, atuando em praças, ruas e feiras, apoiados no jogo do improviso e nas brincadeiras, parodiando e ridicularizando os costumes, vícios e paixões humanas.
Mais uma vez a histórica cidade alentejana vem acolher uma pluralidade de artistas, ibero americanos, que possuem uma proximidade entre si: a paixão pela arte do palhaço.  Atuando sozinhos ou em grupo, estes artistas trazem na sua bagagem todo um arsenal técnico/artístico, herdado daqueles histriões da antiguidade, dos bufões, bobos da corte, da commédia dell’arte e saltimbancos.
 As ruas e praças da pequena Évora cederam lugar ao picadeiro, e a tradicional lona do circo é substituída pelos limites da muralha medieval que abraça a cidade. De longe se ouve o ecoar das gargalhadas e das palmas, os palhaços e palhaças invadiram a cidade: Madame Nez Rouge; Marimbondo; Enano; Apretacocretas; Oli & Mary; Calandria Y Milonguita; Ana Piu; Espaguete e Piparelli; Jorge Paxeco; Karmen Sampalo; Payasos Sin Fronteras; Irmãos Esferovite; Encerrado para Obras; Francis Lucas Makey; Eva Kurly; Rogério Fialho; Palhatiko; Palhaço Guilas.
Por felizes dias Évora é “sede da alegria”. A surpresa, o inusitado, o dinamismo, a brincadeira, o lúdico, a fantasia, a magia, o lirismo, a comicidade, a emoção, o prazer e o riso, são sinônimos de “palhaçaria”. Crianças, jovens e adultos se divertem com os belíssimos espetáculos, cuja teatralidade exerce no público um fascínio que lhe é próprio.
Movidos pelo prazer de estar em cena e pelo prazer de jogar, os palhaços trazem na sua mala um repertório bastante diversificado, recheado de gags e números circenses (malabarismo, mágica, acrobacia, pantomima, música e dança). Utilizam de todos os princípios e procedimentos de comicidade, contrapondo a malícia e a pureza, o trágico e o cômico, num jogo concomitante de perguntas e respostas, problematizando e relativizando ações e reações, jogando e interagindo com o público. As  performances dos palhaços propiciam uma relação estreita, intimista e afetuosa com os espectadores, portanto, fronteiriça, entre a realidade e a fantasia, a razão e a emoção, a seriedade e o risível, levando a platéia a um estado de divertimento puro. Como bem colocou o palhaço Espaguete, “uma sociedade sem palhaço é uma sociedade doente”.


 Klaas Kleber



  

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